Revisitar sua hist�ria, seu passado e cheiros.. sua emo�ao.
Foi assim que nasceu este texto fantasticamente po�tico da minha grande amiga Rosana Delane.
Como foi bom ler isso... minha alma, tamb�m vestida de flores, sentiu-se livre!
Candonga
A sombra da mangueira, a rede no terreiro;
O meu reino de chao batido.
O cheiro, a fuma�a da castanha assando no quintal
O banco de tronco, os risos nas conversas
na visita de Maria de Urubano.
Os gritos dos meninos, dos velhos
Os dias de santo e de feira,
Os cuidados com as roupas no varal.
Eu sempre fui livre. E tudo era milagre.
Tudo vinha com o tempo,
O mesmo vento que trazia com a chuva,
raios e trovoes.
Eu sempre tive tudo...
O cheiro de terra molhada, o banho de chuva
Com o meu vestido de florzinha � como aquelas
Que eu colhia na estrada,
quando ia l� na casa de titipedro (O tio do meu av�)
O gosto de manga escorrendo com a chuva
pelos bra�os...
Tinha tudo o que eu queria,
tudo o que eu colhia, subindo em �rvores...
O cheiro e o calor do caf� na cozinha,
A melodia da voz da minha av�,
As batidas de talheres e pratos...
Uma cantiga do tempo de menina!
A noite, perto do candeeiro, eu brincava
com os espectros das sombras nas paredes,
pressentindo as almas...
E como uma velha Xama, velava
olhando l� fora,
O escuro da mata...
� a noite que as �rvores sso encantadas!
Nesse tempo(e espa�o) o amanhecer tinha cheiro,
E as coisas o sabor do lugar.
E � �por ser de l� que a noite
Fico encantada com as �rvores
� �por ser de l� que, quando chove,
espero raios, ou�o trovoes...
E minha alma, vestida de flores,
corre l� fora...
Rosana Delane
29.05.2005
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