20 julho 2005

Curiosidades
Frases Sibilinas - Parte I

At� o final do s�c. XIX, a tradi�ao greco-romana, de um lado, e a tradi�ao judaico-crista, do outro, eram os dois pilares em que se apoiava a forma�ao de qualquer pessoa que passasse pela escola. Estudava-se o Latim e o Grego, e liam-se os autores cl�ssicos - Homero, Ov�dio, C�cero e Virg�lio. Al�m disso, todo mundo, fosse ou nao religioso, conhecia as principais passagens do Velho e do Novo Testamento. Os personagens da mitologia e as figuras b�blicas podiam entao ser mencionadas, porque pertenciam a um fundo comum de conhecimento que era reconhecido em todas as na�oes do Ocidente.

Essas expressoes continuam a ser usadas, mas perderam, para a maioria dos leitores, aquele valor de referencia imediata e instantanea que antes possu�am, pois hoje sao poucos os que conhecem a literatura cl�ssica ou tem o h�bito de ler a B�blia. Ainda sao bem conhecidos o epis�dio da Arca de No�, ou da luta de Davi contra Golias, mas certamente nem todos sabem que uma frase sibilina � aquela que pode ser interpretada de v�rias maneiras, assim chamada por causa da linguagem amb�gua e cifrada que as sibilas, sacerdotisas de Apolo, usavam nas suas previsoes do futuro. Sem querer substituir a leitura dos bons autores do passado.
Vejamos algumas destas frases:

A espada de D�mocles
Dizer que algu�m "est� sob a espada de D�mocles" significa que, a qualquer momento, algo de muito ruim pode acontecer com o pobre coitado. O nome vem de um certo D�mocles, que vivia na corte de Siracusa, no s�culo IV A.C. Como freq�entava o pal�cio e era amigo do rei, expressava constantemente sua inveja pelas del�cias proporcionadas pelo trono. O rei, para mostrar-lhe o pre�o que se paga pelo poder, ofereceu-lhe um requintado banquete, deixando suspensa sobre a cabe�a de D�mocles uma espada que pendia amea�adoramente do teto, presa apenas por um �nico fio delgado. Com isso, o invejoso cortesao entendeu a precariedade do poder real, e a expressao passou a simbolizar "um perigo iminente que paira sobre a vida de algu�m". Para quem � soropositivo de HIV, a amea�a de que a AIDS venha a se manifestar � uma verdadeira espada de D�mocles.

O bode expiat�rio
Na tradi�ao b�blica, esse bode fazia parte do ritual pelo qual os hebreus expiavam suas culpas diante do Senhor. Todos os anos, no Iom Quipur (o Dia do Perdao), o sacerdote simbolicamente lan�ava sobre um bode todos os pecados do povo de Israel e o soltava no deserto, a fim de que os castigos e as maldi�oes ca�ssem longe dos fi�is. Exatamente por isso a expressao hoje designa aquele inocente que � escolhido para levar a culpa do que os outros fizeram. Sempre que h� um esc�ndalo financeiro, logo aparece um pobre bode expiat�rio...

Pelo Prof. Cl�udio Moreno

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