01 agosto 2005

Grandes Poetas da Humanidade
Carlos Pena Filho

Poeta, nasceu no Recife, a 17 de maio de 1929 e aos quatro anos de idade foi morar na casa de familiares em Portugal. Em 1941, retornou ao Recife, onde freq�entou o curso secund�rio (Col�gio N�brega) e em seguida passou a estudar Direito.
Seu primeiro trabalho como poeta, o soneto "Marinha", foi publicado em 1947 pelo Diario de Pernambuco. Em 1952, reuniu poemas e sonetos e publicou o primeiro livro, "Tempo de Busca".
Em 1955, publicou seu segundo livro, "A Vertigem L�cida", premiado pela Secretaria de Educa�ao e Cultura de Pernambuco.
Bacharelou-se em Direito em 1957 e no ano seguinte publicou o seu terceiro livro, "Mem�rias do Boi Serapiao", um poema longo com projeto gr�fico e desenhos de Alo�sio Magalhaes.
Em 1959, lan�o o "Livro Geral", reunindo sua obra po�tica j� editada acrescido de poemas novos, pela Livraria Sao Jos�, Rio de Janeiro, livro com o qual conquistou, naquele mesmo ano, o Premio de Poesia do Instituto Nacional do Livro.
A 26 de junho de 1960, o Jornal do Commercio, do Recife, publicou o seu �ltimo trabalho: a poesia "Soneto Oco". A 27 de junho de 1960, sofreu um grave acidente de autom�vel, no Largo das Cinco Pontas, Recife, ficando tres dias em estado de coma.
Morreu no hospital, a 01 hora da manha de 01 de julho de 1960. No ano seguinte (1961), a Uniao Brasileira de Escritores instituiu o Premio Carlos Pena Filho de Poesias.
Atuou, tamb�m, como compositor em parceria com Capiba, com quem compos as seguintes can�oes: "A Mesma Rosa Amarela", "Claro Amor", "Pobre Can�ao" e "Manha de Tecela", todas gravadas em 1960 (selo Mocambo) sob o t�tulo "Sambas de Capiba".
Depois de sua morte, teve alguns dos seus poemas musicados pelo pr�prio Capiba e por outros compositores. Na imprensa do Recife, atuou como rep�rter pol�tico mas, segundo seus contemporaneos, nao tinha a menor voca�ao para o jornalismo, sua paixao era mesmo a literatura.

Fonte



Desmantelo Azul

Entao pintei de azul os meus sapatos
por nao poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas maos e as tuas

Para extinguir de n�s o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, n�s derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas

E afogados em n�s nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espa�o
pudesse haver de azul tamb�m cansa�o

E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.

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