14 março 2006

Noite estrelada, estrelada




Van Gogh (1853-1890)

Pinte sua paleta azul e cinza
Olhe para um dia de verão
Com olhos que sabem da escuridão em minha alma
Sombras nas colinas
Esboçam as árvores e os narcisos
Colhem a brisa e os frios de inverno
Em cores na planície sob a neve

Agora eu compreendo
O que você tentou dizer a mim
Como sofreu por sua sanidade
Como tentou os libertar
Eles não ouviriam, não saberiam como
talvez escutem agora

Noite estrelada, estrelada
Flores flamejantes que brilham clarões
Nuvens girando em névoa violeta
Refletem nos olhos de Vincent porcelana azul
Cores mudando em matizes
Campos matutinos de grãos dourados
Faces desgastadas estampadas em dor
são suavizadas sob as mãos amantes do artista

Agora eu compreendo
O que você tentou dizer a mim
Como sofreu por sua sanidade
Como tentou os libertar
Eles não ouviriam, não saberiam como
talvez escutem agora

Pois não o puderam amar
Ainda que verdadeiro seu amor
E quando não havia esperança
Naquela noite estrelada, estrelada
Você doou sua vida, como fazem os amantes
Mas eu poderia lhe dizer, Vincent
Este mundo nunca teve sentido
Para alguém como você

Noite estrelada, estrelada
Retratos pendem em corredores vazios
Cabeças sem molduras em muros sem nome
Com olhos que observam e não podem esquecer
Como os estranhos que você encontrou
Homens esfarrapados em trajes esfarrapados
o espinho prateado da rosa em sangue
Jaz esmagado sob a neve virgem

Agora penso que sei
O que você tentou dizer a mim
Como sofreu por sua sanidade
Como tentou os libertar
Não ouviram e ainda não ouvem
Talvez nunca irão

Don McLean

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