25 junho 2006




Lembro de ti. E ainda por muitas vezes irei lembrar. Lembrarei de ti por toda a minha vida. Gostaria que fossem apenas lembranças e com elas me deliciaria. E ainda sentiria o gosto doce na minha boca. A leveza da minha alma. A leveza das nossas almas e dos nossos corpos quando foram um. Ainda sentiria o calor do toque das tuas mãos em meu corpo. A suave melodia da tua voz a me embalar com palavras mágicas, o eco do teu sorriso aberto e forte. Ainda veria o brilho dos teus olhos. Seriam as minhas lembranças. Apenas lembranças, as que não conseguiste tirar de mim quando te foste. Podias ser com o passar do tempo uma fantasia, um encantamento, um sonho talvez. Poderíamos ser uma fábula. Uma história bonita na boca de um contador de histórias.
Hoje, preciso fechar os olhos para não te ver assim diferente. Ressecado, ressentido. Sem magia, nem mistério. Sem melodia, sem emoção. Sem brilho no olhar.
Preciso fechar minhas portas e janelas para que nenhuma palavra tua, nenhum gesto teu, entre. Prefiro minha fábula. Minha surdez e minha cegueira. Prefiro meus sonhos.

Nenhum comentário: