16 outubro 2008

Machado de Assis somos nós

Machado de Assis sempre nos leva a interromper (prazerosamente) o texto para digerir as inúmeras máximas que ele espalha pelo caminho. É como se estivéssemos diante de um sistema filosófico travestido de ficção, que, no entanto, não esquece que o importante é a força da narrativa – e não a “lição” que o autor quer transmitir a partir dela. Esse é outro grande trunfo machadiano: dispor seus ensinamentos sobre a vida, ainda que tortos, sem comprometer o fluxo da narrativa. A seguir, uma reunião de suas frases luminares, publicadas em Machado de Assis - memórias de um frasista, de Angela Canuto, e os principais fatos da sua biografia.

Cronologia
1839 – Filho do pintor Francisco José de Assis e da lavadeira açoriana Maria Leopoldina Machado da Câmara, nasce, no dia 21 de junho, no Morro do Livramento, Joaquim Maria Machado de Assis.
1845 – Morre, em julho, em decorrência do sarampo, a única irmã de Machado, Maria
1849 – No dia 18 de janeiro, a tuberculose mata Maria Leopoldina
1854 – Francisco José de Assis passa a viver com a doceira Maria Inês da Silva. No mesmo ano, deixam a freguesia do Livramento
1855 – Estabelece contato com o tipógrafo e livreiro Francisco de Paula Brito, dono da Marmota Fluminense. Tem apenas 15 anos quando publica suas poesias no jornal. A primeira é Ela.
1856 – Torna-se funcionário da Tipografia Nacional. Trabalha no local até 1858. Conta-se que Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias), que trabalhou como diretor da casa, flagrou várias vezes Machado lendo poesias em vez de trabalhar
1858 – É neste ano que Machado começa sua carreira literária, como contista no Marmota Fluminense.
1861 – Fascinado pelo teatro, Machado inicia uma fase na qual investe na dramaturgia, publicando o texto Desencantos, uma comédia.
1864 – Escreve seu primeiro livro de poesias, Crisálidas
1866 – Traduz o livro Trabalhadores do mar, de Victor Hugo. Publica crítica elogiosa de Iracema, de José de Alencar
1867 – Ingressa na carreira pública, trabalhando como co-diretor do Diário Oficial
1869 – Casa-se, no dia 12 de novembro, com Carolina Xavier de Novais, irmã do poeta e amigo de Machado Faustino Xavier de Novais.
1871 – Publica Contos fluminenses
1872 – Lança, pela editora de Baptiste-Louis Garnier, o romance Ressurreição
1874 – No ano em que lança A mão e a luva, morre Maria Inês, sua madrasta
1876 – Publica Helena
1878 – Publica Iaiá Garcia
1880 – Sua peça Tu, só tu, puro amor... é encenada no teatro Dom Pedro II
1881 – Publica Memórias póstumas de Brás Cubas
1888 – Lança o livro de contos Papéis avulsos e passa temporada de três meses em Nova Friburgo
1889 – É promovido e passa a dirigir a Diretoria de Comércio da Secretaria de Agricultura
1891 – Publica Quincas Borba
1897 – Funda a Academia Brasileira de Letras
1900 – Lança Dom Casmurro, obra fundamental em sua literatura
1904 – Aos 69 anos, Morre Carolina, em decorrência de um câncer de fígado. Neste mesmo ano, lança Esaú e Jacó
1906 – Lança Relíquias da casa velha
1908 – Um câncer de língua mata Machado de Assis no dia 29 de setembro. Assim como Carolina, ele tinha 69 anos.

Publicado em JC - 28.09.2008

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