03 agosto 2009

Coisa alguma, nada dito
A historia do tempo perdido



Já bem tarde
Não de tempo nem de idade
Já bem tarde no fim das possibilidades
Eis que surge um estranho na mira

Ele avança correndo o parapeito
E delira de palavras lindas
Os ouvidos afinam-se alarmados
E cochicham repetindo rimas

Já acostumados com a cena
Acomodam-se sentados em fila
Mas um verso caiu repentino
E mostrou-se inteiro a sua alma

E o rosto dele refletido
Fez corar as caras lado a lado
Os cochichos aumentaram de volume
Os espantos todos, alarme

Saiu correndo como se veio
Sem dizer se acaso voltava
Deixou pedaços de letras espalhado
E sumiu ligeiro no caminho

Ainda algumas frases se repetiram
Que o tempo roubou-lhes todas um dia
E já isso parece o não dito
Que no tempo se fez perdido.



liliana miranda
2009

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