13 julho 2010

Comitê de Esperança


Se um dia perder a esperança, me perco de mim. A esperança me move a vida, move meus sonhos, minhas possibilidades. A minha esperança está nas pessoas. Por vezes ela está fraca, triste, decepcionada e eu, tímida. Noutras vezes aparece forte, brilhante e entusiasmada e eu sou toda alegria. Mas é a esperança que fraca ou forte me acompanha, me fortalece.
Ontem, essa esperança me emocionou cidamente, marcelosamente, embandeiradamente e mais uma vez olhou-me nos olhos. Abraçou-me longa e suavemente, assim lucianamente, siqueiramente.
Hoje minha bandeira está na rua.
Amanhã, refletida nos olhos do povo, caminhante e sempre.



Aos que cuidam de bandeiras
Marcelo Mário de Melo
(1944 Caruaru/PE)

Há aqueles que levantam uma bandeira
e prosseguem.
Aqueles que afrouxam as mãos
e abandonam as bandeiras no caminho.
Aqueles que rasgam queimam
renegam bandeiras e se recolhem.
Aqueles que se bandeiam
e passam a defender
bandeiras contrárias.
Aqueles que refletem
e escolhem bandeiras melhores.
Aqueles que encerram as bandeiras
em gavetas vitrines e altares.
Aqueles que colocam as bandeiras à venda.

É triste ver bandeiras abandonadas
vendidas ou sacralizadas no céu distante.
As bandeiras não são entidades
para comércio adoração e arquivo
Expostas ao vento e ao tempo
as bandeiras são coisas simples da vida
exigem cuidado:
como uma casa
uma roupa
um filho
uma flor.

4 comentários:

Daniel Aladiah disse...

Querida Lualil
Em modos de advérbio, versejos bandeirantes bandeiramente...
Um beijo
Daniel

Salomão disse...

Que bom que pensas assim.
É a esperança também que me move, me motiva e me da força para continuar atrás de meus objetivos.
Tu és linda, generosa, sensível...
Por isso não te perderás de ti mesma.
Continue acreditando nas pessoas, mas não em todas.
Bandeirosamente,
Beijos Shiloimamentes carinhosos

Anônimo disse...

Em 1985, o meu amigo Carlos Manso escreveu e musicou a canção «Em Céu Aberto». O grupo chamava-se «Linha Geral» e lamento não ter o áudio para partilhar contigo. Fala de bandeiras:
«Não há raiva que não restolhe
Na memória ferida
Ou mágoa que não se apague
E vire fúria em céu aberto
Cadeias que não se quebrem
Ou mando que não se abata
Bandeiras que não acenem
Livres, rubras, rubras!
Não há pena que não cesse
Ou calma que não estremeça
Dentro dos dias cinzentos
Abraço que não aqueça
Estátuas que não se apeiem
Glória que não perdure
Bandeiras que não acenem
Livres, rubras, rubras!
Bandeiras que não acenem
Ou canto que não se afoite»
Carlosx2

Vanessa Maciel disse...

Vanessamente te digo:
Avante companheira!!

Beijos Lili!!