01 março 2006

Ainda o fotógrafo e a escritora inebriados com a magia do carnaval...


Sentir o povo que vive
lá no Oficina das Idéias do meu amigo Vicktor


“Cair” no Papangu

Manhã cedo, o encontro marcado para o Pólo Multicultural, situado no Marco Zero da cidade do Recife, teve muito de simbólico para a época carnavalesca que atravessamos. Na noite anterior o grande sambista Belo Xis foi o responsável pela abertura da noite do samba, no Carnaval recifense. Depois de abrir, o show de Ivone Lara e Beth Carvalho, Beto Xis e seus convidados - Ramos Silva, Wellington do Pandeiro e Paulo Varejão - proporcionam uma bela apresentação aos amantes do samba.

Pela primeira vez o carnaval recifense dá importância ao samba para gáudio de muitos dos seus amantes, sem contudo, colocar de parte a tradição musical e carnavalesca da região, especialmente, o frevo, maracatu, caboclinho, ciranda, coco, samba, rock, reggae e manguebeat.

A Escritora viu aproximar-se um pequeno carro azul, descapotável, reconhecendo de imediato o Fotógrafo pelo cabelo cinza esvoaçante.
_Bom Dia querida amiga, convido-a para aquela viagem de que tínhamos falado...
_Não me diga que vamos mesmo até Bezerros.
_Nem mais! Não me esqueci do seu desejo de “mergulhar” na tradição da terra onde nasceu uma Escritora faz alguns anos...
_Sabe que vamos ter por lá um bom encontro?
_Palavra?
_Sim... vamos lá ter a participação do João Paulo....

Seguiram viagem, curta viagem no sentir brasileiro, distância significativa para a dimensão portuguesa, de pouco mais de 100 quilómetros até à cidade de Bezerros. Consagrada como "a terra dos papangus", a cidade de Bezerros tem uma cultura que vai além da brincadeira de mascarados no Carnaval. Conhecido como a “Folia do Papangu” é um carnaval temático em que a tradição diz que os foliões devem fazer as suas próprias fantasias sem conhecimento dos outros. Sendo assim, todos devem ficar sob o manto da máscara até o final da grande folia, realizada nos três dias de carnaval. As máscaras decorativas que enchem o Carnaval de Bezerros de cores são confeccionadas em papel machê. As peças são de todos os tamanhos. Algumas chegam a mais de cinco metros de altura.

Foi nesta cidade do Agreste Brasileiro que a Escritora começou os seus estudos no que nós chamávamos Escola Primária. Aqui nasceu e deu os primeiros passos a sua capacidade de transmitir sentires e afectos juntando harmoniosamente as palavras.

_Vamos “cair” na “Folia do Papangu”!, foi adiantando a Escritora num sorriso aberto enquanto o seu cabelo esvoaçava ao vento quente da manhã.
_Vamos mesmo, vamos viver a tradição.
_Quando chegarmos a Bezerros sai logo uma Skol super geladinha!!!!
_Pois.. sai duas logo!! Ahahahaa!

Ainda deu tempo na viagem para uma paradinha na BR-232. O lugar oferece uma rica exposição com obras de mais de 400 artistas pernambucanos. Confeccionados com técnicas e materiais diversos, os trabalhos mostram o que cada região tem de mais representativo no artesanato. O Centro também funciona como ponto de encontro de artesãos, oferecendo oficinas artes educativas, orientação para trabalhos em feiras, exposições e cursos de qualificação.

Nenhum comentário: