22 outubro 2006

No dia que eu encontrei um poeta... ou será um anjo?



Eu me chamo Marcos Asas


Eu me chamo Marcos Asas,
e sou nordestino que não tolera desacato.
viajo mais que certos tipos de mato.
Já joguei fora todos os "pode" e "não
pode"
Mas continuo selando contrato
Com fios do meu bigode.

Minhas asas foram roubadas de um anjo,
e assim me construi de retalhos:
Dedo de anjo, boca de diabo, a sinceridade do vinho de Baco,
Pitada de Dionísio e ar de espírito
zombeiteiro
Poeta, não sou o último nem o primeiro.
mas, eu sou escorreguento feito visgo de
quiabo,
E mais convencido que Narciso,
Na beira do lago

Só porque roubei o anjo,
volta-e-meia Deus me castiga.
Todo mês me arrebenta as cordas do banjo,
ou então me enche o bucho de lumbriga.

Cerveja não bebo;
abro uma garrafa, mas do gargalo não passa.
Depois de amanhã faz dois dias
Que não tomo cachaça.

Nessa vida três paixões:
Poesia, mulher e farinha.
Até hoje não sei
Qual das três é a verdadeira ambrosia.

Converso de tudo, leio de tudo
Mas não acredito sempre na imprensa.
Ás vezes até a cor da política
Me sobe à cabeça.

Mas canto meus poemas por aí.
Não quero ter livro na estante,
P´rá servr de alimento p´rás traças
prefiro ser conhecido nas praças.

Não sou feito de carvão,
mas também me ponho em brasa.
quando alço vôo na poesia,
Eu me chamo Marcos Asas

em "Um Salto. Um Pulo"

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