19 janeiro 2007

09 de janeiro de 2007



Como naquela tarde tinha ido fazer a minha visita habitual ao obstetra achei que aquela dorzinha no pé da barriga fosse normal.. afinal ele tinha tocado nela. Mas, logo que cheguei em casa e me preparei pra ver um filminho tive uma dor bem forte.. me levantei e constatei que a hora era aquela.. ele queria vir ao mundo e eu estava entre ansiosa, feliz e um pouco assustada com aquela situação nova para mim. Mas, peguei minhas coisas calmamente, tomei um banho tranqüilo, levei comigo minhas musicas clássicas para relaxar e fui lembrando de tudo o que a minha mãe há poucos meses antes havia me ensinado. Chegamos na maternidade e pela evolução das coisas tive que passar na frente de uma outra parturiente que ia fazer uma cesariana.. Diogo tinha pressa. Meu médico riu de mim quando me viu chegar na sala de cirurgia e estranhou que um primeiro parto pudesse evoluir assim tão rapidamente. Entre a primeira dor forte e o nascimento do meu primeiro filho só se passaram 4 horas. E lá estava ele: pequenininho, magrinho mas saudável e tranqüilo apesar dos momentos difíceis que passamos antes do seu nascimento. Eu me sentia feliz mesmo tendo perdido a menos de dois meses a minha mãe, o meu porto seguro, a minha referência. Mas pelo que se seguiu ela deve ter permanecido ao nosso lado. Eu e meu filho tínhamos uma tranqüilidade especial. Ele dormia quase o dia todo e de noite acordava religiosamente de 3 em 3 horas pra mamar mas dormia em seguida sem dar nenhum tipo de trabalho.

Fomos crescendo os dois. Aprendendo um com o outro. Somos os dois geminianos.. parece que nos entendemos muito bem. Em seu primeiro aniversário era época da Copa do Mundo e a sua festa foi feita toda nesta temática. Como o prédio estava enfeitado com uma faixa enorme de cima a baixo alguns repórteres que passavam pela frente resolveram fazer uma filmagem e se depararam com nossa arrumação da festa e claro, terminamos dando entrevistas. Pensei: Este menino está marcado para a fama! Ríamos com aquela situação toda. Quando já era maiorzinho fez um grupo de foliões em Olinda abrirem uma grande roda para que ele frevasse..(frevar = dançar o frevo) daí mais televisão e entrevistas. Outra ocasião, assistindo a um treino do nosso clube de futebol mais uma vez foi entrevistado! Recentemente estávamos os dois e mais algumas pessoas da nossa família à espera que abrissem os portões de COVEST(Comissão do Vestibular das Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco) para verificarmos o listão dos aprovados. A ansiedade era imensa e eu, confesso, estava mais nervosa que ele. Quando os portões se abriram era tanta gente que tive medo de ser pisoteada e claro me perdi de todos mas, eu ainda vi a direção que ele tinha tomado. Fiquei no centro onde havia menos gente à espera que ele chegasse com a noticia. De longe vi que se aproximava. Estava pálido, sem cor nos lábios e me pareceu muito tenso. Achei que então ele não tinha sido aprovado e quando ele pode me ouvir perguntei aflita: então? Ele me olhou e me disse a velha e clássica frase:

_ Passei porra!!

Meu deus.. Ele passou!! Ele passou!! Não sei como explicar uma emoção desta. Gritei, nos abraçamos, pulamos, choramos.. eu já havia levado comigo uma tesoura e como é de praxe comecei a cortar o cabelo dele e percebi que então toda aquela nossa emoção tinha sido captada por uma câmera, mais uma vez, televisão e entrevistas. Muitos de nossos amigos souberam da boa noticia assim pela televisão.

Lembrei de toda essa trajetória em frações de segundo.. o meu bebê já agora entrava para a Universidade. Que sua carreira seja de muito sucesso! Parabéns meu filho!

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