08 fevereiro 2009

Mudança de estações

A todos os que amaram e foram(ou não) amados, a todos que sofreram mas sobretudo àqueles que se tornaram mais fortes.

Por muito tempo depois que tu partiste ainda te vi em muitos lugares, em tantas pessoas. Ainda ouvia teus sorrisos, tuas palavras, tua maneira diferente de me chamar. Ainda relembrei por tantas vezes quando por muito tempo me olhavas sem dizer nada e eu sabia tudo. Sentia tudo.
Como eu te quis, como sofri a tua ausência. Como ficou ferida a minha alma sem a tua, como ficou fraco o meu corpo sem o teu pra me abrigar.
Nesse tempo de amor vivido, eu me senti quase irreal.
Mas te foste. Assim como um sol que se põe a cada dia, cotidianamente, naturalmente, como se não fosse um espetáculo inexplicável. E ele se põe, exatamente assim, todos os dias.
E o dia se renova, a vida continua, e as pessoas se movimentam hipnoticamente. Estive parada observando os ritmos, sons e tons ao meu redor. Estive imóvel.
Depois do vazio senti raiva, quase ódio eu diria, senti desejo de vingança, senti decepção, irritação. Daí para a indiferença foi um passo. Meu primeiro movimento de libertação.
E o sol passou a nascer todos os dias e mudaram as estações. Já nem sei se era inverno ou seria verão? Em algum outono, mudei a direção.
Hoje, o vento aqui no cais bate forte, trouxe noticias tuas. Sorri com a paz de quem já sem indiferença, torce pela felicidade de alguém.

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